24.4.10

A ignorância verde, ou...

... O problema é sistêmico.


What you gonna do? Time's caught up with you
Now you wait your turn, you know there's no return
Take your written rules, you join the other fools
Turn to something new, now it's killing you


Mais um post cujo medo de salsinhas é alto, mas enfim, não tem como não discorrer um pouco sobre essa questão tão em voga que é a sustentabilidade e a busca por uma "sociedade melhor". A palavra verde está em moda, tudo agora é verde, vemos ônibus com carburadores desregulados informando que usam combustível verde, sapatos verdes, feito com colas e materiais menos agressivos ao meio ambiente, moda e comidas especiais para os entusiastas, vegans e straight edges, é uma verdadeira inundação de produtos, mas vamos ver isso mais de perto.

Primeiramente quero deixar claro que esse texto é minha opinião sobre o assunto, cabe às pessoas lerem e discutirem a questão, de qualquer forma como diz a frase ali em cima, informação não é nada sem conhecimento, e vamos ao primeiro ponto: "Indústria Cultural" e "Cultura de massas", conceitualizando rapidamente é a produção de bens culturais: filmes, livros, revistas, e "idéias", tudo isso está abarcado nesse conceito, é uma indústria como outra qualquer, visando lucro e gerando bens culturais massificados para o maior número de pessoas possível, basicamente ela filtra o que é criado e o comercializa, caso queiram estudar isso mais a fundo leiam Adorno, e Edgar Morin. Agora vamos falar em "contracultura", outra conceituação complicada, mas diríamos que é a criação de algo que vai de contra com o que é produzido de forma massificada, porém de forma irônica ela é absorvida pela indústria cultural, massificado e vendido para um nicho, ou seja, se algo é passível de ser vendido e gerar lucro, a indústria cultural não liga que a demonizem.

Outra questão é o Histórico humano e sua relação com os recursos naturais, desde períodos antigos o homem busca e modifica a natureza para sobreviver contra as adversidades, isso lhe confere o poder sobre a própria natureza e sobre outros grupos, com a sedentarização e o apuro tecnológico isso se amplia, surgem clãs e busca-se áreas para plantio e com recursos como o ferro para armas e ferramentas, o que era coletivo em áreas de influência pouco a pouco passa a se tornar individual, a terra passa a ter dono principalmente com incipiente comércio e trocas de mercadorias, obviamente quem tinha a terra é quem tinha o poder. Dando saltos milenares, a sociedade hoje é como uma enorme bola de neve de idéias e hábitos cunhados de formas milenares. O sistema capitalista vigente é um apropriador de idéias, ele se utiliza dessas bases seculares cria sistemas de validação das idéias e é uma esponja, ou seja, quando chega a alguma barreira técnica ele se altera para continuar o mesmo.

Aí vem a questão principal, a relação do homem com a natureza que temos hoje é fruto de uma cultura criada desde o início do ser humano, e foi fixada, aprofundada e embasada por linhas de pensamento durante milênios, a utilização e transformação de recursos, o consumo e a propriedade são questões que foram elevadas à enésima potência e está introjetada em nosso ser, o que acontece é que agora tudo isso que nos diferenciou de qualquer outro ser está nos levando a uma barreira enorme, o que eu acho sinceramente ser o maior obstáculo que o ser humano já enfrentou, não temos recursos para o consumo desenfreado de todos os seres humanos no planeta, a questão não é comprar "sapato verde", mas não comprar 50.000 sapatos verdes, mas para manter o sistema é preciso que comprem os 50.000 sapatos. O problema não é a indústria de carne ser malvada, ela é igual e tão filha da puta quanto qualquer outra.

No fim das contas o problema não é a Terra, essa vive seus ciclos e se equilibra, como diz um dos mais citados autores nessa área e sua teoria de gaia, Lovelock, o problema é o ser humano, que está chegando a um empecilho em sua forma de interação com a Terra, só que aí vem pessoas que se orgulham de merda nenhuma, fazem meia dúzia de coisas e se acham superiores a todas as outras, mas não discutem as idéias, não discutem como isso vai terminar e como mudar o rumo de milênios, elas não estão ligadas às linhas de pensamento, mal sabem sobre política, são somente uma massa comprando os novos produtos da moda. Não sei o que o ser humano fará, controle de natalidade e guerra são os caminhos mais comuns quando se chega a empecilhos dessa forma, até porque não sei se o ser humano tem mais capacidade de atravessar barreiras de forma racional, mas de qualquer forma ainda tento acreditar, e ser otimista como um Ilye Prigogine, e agir conforme minha linha de pensamento.

15.4.10

Do pó ao pó, ou...

...golens, homúnculos e robôs na magia tecnocrata.

We stole them from their freedom to be sold
To turn their skins of black into the skins
Of brightest gold
An alchemy, human alchemy


Vários são os mitos para a criação do homem e em muito deles o ser humano foi criado ou esculpido e os deuses lhe inflaram a alma, assim fez Odin e com Ask e Embla na mitologia nórdica, com Prometeu, Atena e Zeus na mitologia Grega, com o Deus moldador judaico/cristão, e com Tupã em mitologias ameríndias.

Outra constante no mundo são as práticas que visam controlar a natureza, práticas como alta magia, alquimia, cabala, entre outras formas de buscar entender a natureza e a comandar a seu bel prazer, um mago é antes de mais nada senhor dos elementos. Aí entra outras questão que podem parecer bestas, mas qual a diferência entre magia e ciência? O que separa uma da outra? Qual a motivação de ambas?

Não vou responder essas perguntas aqui, até porque elas são alvos de pilhas e mais pilhas de pesquisa, mas consigo dizer com clareza que a base e muito da ciência veio das práticas mágicas, e isso não é papo de maluco religioso nível épico, após renascimento grupos iniciáticos e cientistas se confundiam em suas bases e andavam de certa forma juntos, lembremos da alquimia, da astrologia, da alta magia, elas foram o alicerse da química, da astronomia, da física, isso podemos perceber claramente ao estudarmos vida de cientistas como "Galileu Galilei", as idéias não vem do nada, elas ja existem em fragmentos e mesmo que a idéia seja negada ela foi base para um entendimento ou para a criação de um ponto de vista.

E onde difere as escolas iniciáticas da ciência? A diferença é de certa forma (e aqui piso em ovos por não ser especialista) é ligada à epistemologia (que de um modo grosso é a forma que a ciência se estrutura em um campo do saber para gerar o conhecimento), e ao método, a forma de trabalhar sistemáticamente o objeto de estudo do campo. Nessa discussão podemos ir longe, o motivo desse post estranho é pensar o quão a ciência ainda se parece (e tomando as devidas proporções ainda é) magia e aqui me lembro do RPG mago, a ascenção que falava dos tecnocratas, e sua magia tecnológica, O que é uma televisão? O que é um computador? O que é a internet? Aposto que grande parte das pessoas não sabe como metade disso funciona, aliás a eletricidade que os alimenta ja se parece um grande feito mágico.

Mas aí pode-se falar que a explicação para tudo isso está na própria internet, e com uma pequena procurada a pessoa pode encontrar as devidas explicações de funcionamento, porém vem a outra questão que me lembra muito das escolas iniciáticas ocultistas, só consegue entender algo o iniciado nas idéias, aquele que consegue ler e transcrever os termos, ultrapassar a barreira da epistemologia daquela ciência, e também só é dado validade na produção científica a quem dominar os códices e o provar perante os pares.

Com tudo isso me lembrei de uma figura clássica do judaísmo, o chamado Golem, um eco da criação divina imitada pelo homem através da cabala, a lenda mais famosa é do Golem criado no século XVII em Praga para defender os judeus de ataques contra eles, Outra história famosa que me lembrei foi o do Homúnculo, um dos feitos da alquimia, assim como o elixir da vida eterna e o poder de transmutar qualquer ecória em ouro, e penso nos robôs e a busca de uma inteligência artificial através de de nossa atual tecnologia, observando esses três talvez consigamos perceber que os metódos e as formas de pensar podem mudar, mas no fim a mentalidade de ambas continuam na busca do poder sobre a natureza e a criação.

11.4.10

Pensamentos sobre literatura, ou...

...Dream a little dream of me.

Hey you
Out there in the cold
Getting lonely, getting old
Can you feel me?

Uma vez sonhei que havia morrido e estava em forma de espírito assistindo as pessoas em meu próprio funeral, lembro muito bem dessa noite, por algim motivo estava dormindo em um colchão de espuma no quarto dos meus pais, encostado no feio armário branco que eles tinham. Óbviamente acordei chorando e eu devia ter nessa época uns 11, 12 anos, de lá para cá não consigo me lembrar de mais nenhum pesadelo, nem sonhos estranhos recorrentes como estar caindo, ou de estar trancado em alguma sala estranha, entre outras tantas coisas contadas somente em conversas mais profundas, quando nos abrimos e falamos de sentimentos. Penso agora que meu mundo de sonhos e pesadelos eu busquei e vivi acordado dentro de livros, quadrinhos e na tristeza da rotina.

Certo, após meses sumidos abro um post um tanto dramático e sombrio, mas que não deixa de ser verdade, quando bem novo Maurício de Souza me ajudou a ler com a Turma da Mônica, principalmente Chico Bento (meu personagem favorito), passei paulatinamente para os livros, lembro da minha fase de procurar algo para ler nas estantes abarrotadas de livros empoeirados de minha casa, li "cachorrinho samba", "O Caso da Estranha Fotografia" e a minha grande paixão "O Escaravelho do Diabo", nessa época graças ao extinto Círculo do Livro minha família conseguia comprar algumas boas coleções, apesar do pouco dinheiro em uma casa abarrotada de gente, nessa época ganhei toda a coleção do "Manual do Escoteiro Mirim", e depois a coleção da Aghata Christie, e a trilogia "Brumas de Avalon".

Meu primeiro grande livro comprado sozinho e escolhido por mim foi "Senhor dos Anéis", e "A Divina Comédia" versão bilingüe (escrevo com trema e que se foda), com a internet então tudo passou a ficar mais fácil, o que não encontrava para comprar eu baixava, mais tarde ela também me deu a oportunidade de ler quadrinhos que a muito não estavam no mercado, principalmente da linha Vertigo, como Hellblazer, Sandman, US: Tio Sam, Como matar seu namorado, A pró, entre muitos outros, além da oportunidade de encontrar outras pessoas com mesmo interesse, e aqui lembro do amigo John que me emprestava qualquer livro dele sem pestanejar, mesmo sem saber onde eu morava, ou ter meu telefone, e me apresentou vários jogos, filmes e livros como a saga Perry Rhodan (da qual sou apaixonado), lembro que um mês depois ja tinha mais de 100 desses livros comprados em sebos.

Apesar da parência egocêntica do post estava somente refletindo sobre o processo de leitura em minha vida, como busquei e fui conhecendo coisas novas, e como vejo pessoas que disperdiçam a oportunidade de conhecer, de buscar, e dessa forma o que parece difícil é deixado de lado. A arte de certa forma é a expressão de nossos sonhos e pesadelos, por isso quando a realidade nos rasga a carne mostrando seu pior lado é reconfortante saber que posso ter um pouco do sonho de J.R.R. Tolkien, Isaac Asimov, William Gibson, Robert E Howard, H.P. Lovecraft, e muitos outros, pois se meus sonhos não são marcantes, os deixados por eles me bastam.

Esse post é dedicado ao John, viciado mór em livros e ao Abílio Marcondes de Godoy, e Eduardo Spohr, pessoas que vemos lutando para cristalizar seus "sonhos" nesse mundo.

3.9.09

Devaneios

He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Sentei aqui na frente do blog nesse início de madrugada tentando pensar em algo para escrever, me forçando pois realmente penso que ando perdendo a habilidade de escrever, pensar, ler, criticar, tudo isso fruto de trabalhos cansativos mais voltados para área de exatas, o mundo pouco a pouco parece se fechar.

Por onde começar? Que tal perguntando quem sou eu? Porque estou aqui? O que fiz com meus sonhos? Essas são as principais questões que todos devem ter muitas vezes duarante a vida.

Confesso que segui por trilhas cômodas e deixei de enfrentar muitas coisas, talvez por ser filho desse momento onde nada mais forte é construído, do mundo descartável, da sociedade enlatada, que nos enforma, nos prendem em grilhões de micro-poderes.

Será justo culpar o mundo pelos atos das pessoas? Me pego entre idéias de Marx, Nietzsche, Foucault, Marshal Bergman, Certeau.

Onde eles estão no mundo? Onde eles estão nos meus atos? Onde eles estão nos nossos atos?

Tantas perguntas relevantes em um mundo que não releva perguntas, pois elas não "dão dinheiro"

No fim das contas dormirei, pois amanhã é mais um dia de rotina, de pensar tecnicista, para mim e boa parte do mundo.

Fortuna!

Beatles - Nowhere man

He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
for nobody.

Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?

Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.

He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere man can you see me at all?

Nowhere man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all 'till somebody else
Lends you a hand.

Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?

Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.

He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
For nobody.

26.8.09

Lembre-se: King kong morreu pelos nossos pecados...

...ou: "Principia Discordia, ou como encontrei a Deusa e o que fiz com ela quando a encontrei".
Nos idos do século passado, meu grande amigo PX (ou pexis), o mesmo verme que ia participar desse blog, mas me abandonou ás traças, me passou em uma das tantas madrugadas discutindo sobre as respsotas para a vida, o universo e tudo mais (42), o link de um livrinho estranho chamado Principia Discórdia, estava com o conteúdo todo online e em inglês e minha reação foi simplesmente um grande "What a Fuck?", foi uma das coisas mais estranhas que já havia lido, uma religião (ou des-religião) baseado na discórdia, no caos, tendo como avatar a deusa grega Éris.

O livro foi escrito em 1965, por "Malaclypse The Younger" e "Omar Khayyam Ravenhurst" é todo cheio de clip-arts, recortes frases soltas e idéias desconvexas, situações engraçadas, homenagenado Éris, a deusa da discordia, grande causadora da Guerra de Tróia, tudo porque não foi convidada para a festa, o que é chamado pelos discordianistas de "A doutrina da Esnobada Original".

Vou lhes dizer que esse livro foi um dos que me deixaram fascinados pela idéia de loucura e caos, junto com autores como Foucault, e Erasmo de Rotterdam com seu incrível livro "Elogio da Loucura" formaram muito das minhas idéias sobre o mundo, pois em meio ao caos que vem a sabedoria, e o louco é aquele que vê o mundo de fora e escolhe seu caminho, talvez sendo o único realmente livre.

De qualquer forma, esse foi um post revival do blog, finalizo com um quote do livro:
"Eu vim pras lhe contar que são livres

Muitas eras atrás minha consciência deixou o homem, ele deveria se desenvolver sozinho.Retornei para encontrar este desenvolvimento quase completo, mas obstruído pelo medo e incompreensão.


Vocês construíram para si mesmos armaduras psíquicas, e trancados dentro delas, sua visão é restrita, seus movimentos são desastrados e dolorosos, sua pele é machucada e seu espírito frito no Sol.

Eu sou Caos.

Eu sou a substância da qual artistas e cientistas constroem ritmos.Eu sou o espírito pelo qual cada uma de suas crianças e palhaços riem em anarquia feliz.Eu sou Caos.Estou viva e vim lhes contar que são livres."



Fortuna!

Link para Download do livro em PT:

2.3.09

Fique Louco...

... ou: Assistam Zeitgeist.


Apesar da aparente liberdade que a Internet nos dá para expressão de nossas idéias, me parece que essa incrível ferramenta anda cada dia mais se banalizando em um gigante universo acéfalo onde poucas coisas realmente interessantes acontecem, A Zona Autónoma Temporária de Hakim Bey parece se desmoronar em um monte de besteiras, exatamente por isso que me sinto um tanto triste ao visualizar idéias exelentes como os fóruns anónimos de imagens que teve início lá no Japão com o Futaba, e tem no 4chan seu grande representante ocidental (no Brasil temos o 55chan e o BRChan) ser um lugar para uma desumanidade absurda, e um lugar para soltar todos os preconceitos contra qualquer coisa viva, incluindo as próprias garotas que anonimamente desejam se mostrar ao mundo da forma em que nasceram.

Porém de tempos em tempos encontro algumas pérolas que ainda me fazem ter alguma esperança que a Internet não se torne simplesmente uma terra de Trolls, e o último achado apesar de ser meio "velhinho", são os documentários "Zeitgeist: the Movie" e "Zeitgeist: Adendum", escritos e dirigidos por Peter Joseph, um ilustre desconhecido. Esses filmes que foram distribuídos pela Internet, por meio do google vídeo, trás análises interessantíssimas sobre as relações entre as divindades solares (entre elas Jesus Cristo) e a astrologia, passando para os atentados de 11 de Setembro, quebrando as argumentações de que o ataque e a destruição das torres foi um ato cometido por terroristas ligados a Osama Bin Laden, mas sim um ato premeditado com muitas variantes diferentes, e termina mostrando como grupos controlam a sociedade americana e pouco a pouco controlam o mundo. Já o Adendum entra mais nessa terceira área mostrando como o setor financeiro americano gera dinheiro do nada, como se intervém nos países que não apoiam esses grupos, e finalmente nos mostra sua visão de um mundo diferente.

Obviamente que os filmes devem ser vistos com ressalva pois contém abordagens radicais, porém é um ótimo contato com uma visão diferente de mundo, fazendo você pensar no universo que reside, e quem sabe assim ao invés de ficarmos jogados em frente a computadores despejando o que há de pior em nós para o mundo não tentamos uma mudança, ou algo diferente. Bom filme a todos.

Site oficial: http://www.zeitgeistmovie.com/

versão Streaming de "Zeitgeist: the Movie"



Versão Streaming de "Zeitgeist: Adendum":

3.1.09

Um novo ano.

Boa tarde pessoas que leêm meu blog (essa frase por si ja é uma piada) estou de volta após alguns séculos fora, nesse meio tempo passei de professor para atendente de telemarketing, e agora estou trabalhando com suporte na area de TI, e assim a vida caminha, para onde eu nem imagino.

Após alguns milênios de ostracismo resolvi reavivar esse blog, o problema que o plano original de escreve-lo com alguns amigos virou lenda urbana, no fim das contas somente eu postava, e com a tristeza que foi esse ano de 2008 acabei desanimando um pouco, mas espere aí, ainda tenho posts a terminar, coisas estranhas para escrever, e um novo ânimo nesse novo ano, por isso voltei, voltei para ficar, porque aqui, aqui é meu lugar...

Fortuna!

11.6.08

Conto rápido que escrevi agora a pouco:

P.S: PARA HELENS, MAGRONES E ELTONS DA VIDA UM AVISO: ESSE CONTO NÃO É REAL OU AUTOBIOGRÁFICO EMBORA O PERSONAGEM LEMBRE ALGUNS DETALHES DE MINHA PERSONALIDADE ELE É UM SER QUE EXISTE SOMENTE NA FICÇÃO, OBRIGADO... :D

Em uma sala genérica de classe média, amigos tomam algo alcólico em canequinhas de metal, usando tocas e cobertores Parahyba por sobre os ombros, prontos para uma madrugada invernal batendo papo e se esquentando com qualquer coisa quente, e começa a história:

Isso pode parecer meio louco da minha parte, mas juro que aconteceu e foi em uma noite desse tipo, onde parece que memórias do passado pulam repentinamente a sua frente, e uma saudade de algo que não lembramos invade a alma, e eu la sozinho em casa. minha mãe tinha viajado esse dia, e parece que todos também viajaram ou também estavam na mesma onda, pois não tinha ninguem pra sair, ou ao menos praticar o ócio de forma coletiva. Bom, eu resolvi fazer um bom chimarrão pra mim e depis de umas duas cuias já ia ao banheiro feito um maluco, por isso resolvi me arrumar um pouco melhor e tomar um vinho que eu tinha guardado a um bom tempo na minha gaveta, acendi uns incensos desses verdes inteiriços que os budistas usam em meditação, adoro aquilo, melhor custo-benefício entre os incensos, coloquei o cd do the wall no radio e fui pouco a pouco relaxando de uma forma extraordinário, é incrível como um bom solo de guitarra pode nos levar a estados maravilhosos, esse pessoal da década de 70 era lisérgico até nas músicas.

Ai começou a coisa bizarra, já ouviram falar em projeção astral? Então, eu estava lá em pleno solo de hey you, já um tanto quanto feliz com os efeitos do vinho quando me senti leve, e uma resistência sendo vencida e na hora tive consciência que algo ótimo estava acontecendo e me deixei levar, e foi quando me vi deitado e um cordão ligava o que era material a um eu que alçava vôo próximo ao teto, se é que nesse estado existe algo que pode ser chamado, ou classificado como teto ou matéria, vocês me entendem? É algo meio maluco, e comecei a sentir algo mais, uma idéia de não estar sozinho, e foi ai que vi na porta do quarto olhando para mim uma sombra que fez o meu espectro voador gelar, e de uma forma frenética senti a volta alucinante ao corpo, e um acordar exaltado, no rádio ja tocava o segundo cd do The wall, com a música The Trial, e aquelas criancinhas cantando "Crazy toys in the attic he is crazy(...)", olhei para o canto onde vi aquela coisa e posso jurar que ainda consegui ver algum tipo de vulto e um gelo apertou o coração e revirou meu estômago.

Juro que saí de casa correndo, peguei uma grana, o carro e fui pra bem longe, até hoje não gosto de ficar sozinho e olhar para o canto do meu quarto me dá arrepios.

7.6.08

Sexo, Homem x Maquina: Adendo 1

Para quem acha que sou um maluco com esses posts que estou fazendo sobre sexo e máquina deveria dar uma olhada nessa notícia do Terra que saiu ontem (06/06/2008), e a coloco para vocês:

Sexta, 6 de junho de 2008, 09h47 Atualizada às 09h46
Sexo e amor com robôs é tema de debate

Acadêmicos da Áustria, Canadá, Holanda, Irlanda, Cingapura, Estados Unidos e Grã-Bretanha devem apresentar cerca de 20 dissertações sobre o tema, segundo a agência AFP.

A conferência, convocada pela Universidade de Maastricht, começou a ser organizada depois que, em outubro do ano passado, o pesquisador David Levy, 63 anos, lançou seu estudo Intimate Relationships with Artificial Partners (Relações íntimas com parceiros artificiais). Uma versão comercial do trabalho foi lançada com o título de "Amor e Sexo com Robôs".

Em seu trabalho, Levy, que é pesquisador em inteligência artificial na Universidade de Maastrich, argumenta que os robôs serão tão humanos na aparência, nas funções e na personalidade, que muitas pessoas vão se apaixonar, fazer sexo e até mesmo se casar com eles. "Pode soar meio estranho, mas não é. Amor e sexo com robôs são inevitáveis", disse ele ao site LifeScience.


Redação Terra

Mais nada a declarar, em breve a segunda parte do post no ar. (riminha) :D

27.5.08

And darling, darling stand by me...


Poderia começar esse post com um "Não se fazem mais filmes como antigamente", porém isso iria soar como palavras de um nostálgico que está envelhecendo (fiz 1/4 de século nesse 23/05/2008), porém é impossível negar que cada vez mais estamos sendo privados do sentir e da sensibilização com nosso mundo, sem querer ser piegas cresci vendo pica-pau e Tom e Jerry, porém alguns desenhos como Fievel tendo como pano-de-fundo a Revolução Russa, onde camadas da sociedade são dissecadas e apresentadas como um conto de fadas, nos emocionando pelo e com o personagem estão cada dia mais raros.

Talvez um grande exemplo do que tento expor é um filme que marcou o meio da década de 80 chamado "Stand By Me", ou em português "Conta Comigo", baseado em um conto chamado "Body", do sempre surpreendente Stephen King. A premissa do filme é simples, um grupo de amigos indo atrás do corpo de um garoto que morreu atropelado pelo trem, a jornada e crescimento dos personagens durante o caminho e em seu retorno nos faz refletir sobre nossos problemas e escolhas diárias, acrescentado ao clima da década de 50 e ao ideal "On the road", o filme parece mostrar que embora vejamos jovens rebeldes com suas maquinas possantes apostando corridas, os que realmente entenderam o espírito de pegar a estrada e buscar um mundo novo é um bando de garotos com problemas familiares em uma disputa de gerações que vai do pai bandido, o pai ex-veterano de guerra psicopata, e o pai que considera que o filho deveria ter morrido no lugar do irmão mais velho/jogador de futebol/popular, e estes mais do que andam para ver um corpo, eles andam para ver um mundo novo, um mundo sem seus pais e conflitos.

Durante o filme o personagem que mais rouba a cena é o Chris Chambers, interpretado pela revelação da época River Phoenix, que incorpora a figura do "vagabundo iluminado", aquele que por ser jogado a margem da sociedade consegue enxerga-la de forma magistral, Corey Feldman também está ótimo como um neurótico de guerra mirim, e Will Wheaton ccomo Gordie, o narrador da história é a figura que durante o trajeto cresce e vê um novo mundo após botar o pé na estrada.

No fim das contas o que quero dizer é que raramente temos filmes como esse, e parece ser algo cada vez mais raro, os filmes parecem cada vez mais um amontoado de cenas de ação e situações cômicas, não que seja ruim, mas também não é só disso que vive a alma humana, e também algo que já explorei no post sobre o Krampus é que parece haver uma tentativa de proteção da criança com relação a sentimentos, e o pior é que talvez não seja somente da criança e sim de toda a sociedade, pensar e sentir parece ser algo cada vez mais distante, principalmente na cultura pop atual.