É meus caros, "esse danado número um, que matou cristo e matou Tibério", como diria Augusto dos anjos, está passeando pela minha mente nessa madrugada inosossa em que fujo de fazer meus deveres.
Já li muito sobre a morte, e devo admitir que é um assunto que sempre me interessou, cheguei inclusive a fazer um mini-curso em algum simpósio de História da ANPUH sobre a representação da morte na arte Ocidental, li livros como História da morte no ocidente, do fabuloso Phillipe Ariés, e A morte é uma festa, de João José Reis. E com isso aprendi como a morte a noção de morte é diferenciada em cada época, e como isso é construido e reconstruído ao longo da História.
Já estudei seu significado nas cartas de Tarô e sei que a morte como símbolo não é algo a ser temido, pois ele revela a mudança, a morte é a transição de um momento para o outro, sendo assim éla é parte de nossa vida, pois nós estamos sempre em mudança.
Na religião estudei os egípcios e sua vida voltada para o morrer, os cristãos que creêm em um fim da alma e em um tribunal que pesa seus atos para te mandar ao céu ou ao inférno, nos espíritas, nos induístas e budistas que creêm (de forma diferente) na reencarnação e na volta da alma até o alcançar de um estágio X.
Nas artes li as Histórias do sandman e da morte escritas por Neil Gaiman que mostra uma morte em tom gótico, apresentando um morrer que é parte da vida, assisti o sétimo selo de Bergman, e a morte adiando seus atos por um jogo de xadrez.
Tudo isso e ainda sim a morte é algo que me deixa em transe à pensar na vida, e nos rumos ou não que seguirei, ela carrega uma onipresença e pode te levar a ações das mais diversas, do abandono total, do carpe diem, ao medo e projeção, do memento mori. No fim ela chega a estatus de divindade, ou talvez Gaiman esteja certo, ela é um perpétuo, acima dos deuses.
E no fim, comecei esse post pois lembrei de alguém que morreu a um tempo, e lembrar é sempre algo foda.
Fortuna!
30.11.07
Reflexão sobre a morte, ou:"Alguém quer jogar xadrez?"
Tags: bergman, morte, neil gaiman, pensamentos
Postado por Guilherme C. Grünewald às 1:53 AM
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