
Confesso que sempre fico com uma pulga atrás da orelha com John Carpenter, ele têm uns filmes muito bons sempre abusando do estranho, de alguma situação esquisita que modifica o comum, aí sua predileção pelo terror e a ficção científica que consegue trabalhar muito bem em filmes como "A Beira da Loucura", uma história com certeza baseada nos contos do Lovecraft e "Eles Vivem" uma ficção que te bota pra pensar sobre o mundo em que vivemos hoje, porém ele também é diretor de bombas como "Vampiros de John Carpenter" e "Fuga de Los Angeles" (que adoro, mas o filme é muito ruim).
Procurei então algo sobre Ray Nelson, autor do conto em que foi baseado o filme, e a

Mas então vamos a um pequeno resumo do filme/conto pegando os aspectos gerais para não me alongar muito, a história é basicamente de uma rapaz chamado Nada, que um dia "acorda" e vê que a sociedade está dominada por seres alienígenas que controlam a população por meio de mensagens subliminares, no caso do conto foi após ir a um mágico, no filme ele encontra uns óculos especiais que quando colocados faz ver os alienígenas e as mensagens, por exemplo em um outdoor antes de colocar o óculos tem uma propaganda, após colocar o

Esse filme meio tosco, dirigido pelo John Carpenter, por mais B que seja traz os elementos do conto que me lembram a leitura de um livro chamado "Tudo que é sólido se desmancha no ar" do Marshall Berman, em que ele discute a noção de modernidade, essa história parece conter tudo isso, o sentimento de estarmos sendo manipulados por alguma força, sobre não termos opções, sobre o novo homem que nasce após enxergar a realidade, a idéia da TV como o centro de controle, o nome do personagem "Nada". A história parece então uma metáfora de nossas vidas, de muitas vezes fazermos algo sem saber direito o porque e quando percebemos e questionamos o que está a nossa volta acabamos nos revoltando, mas também ficamos sozinhos, e por se tratar de uma história menos hard em sua ficção científ

E essa é a graça da arte, ler o que está por trás dela, e as mensagens que desejam ser passadas para os "leitores", e quando falo leitor não é somente da pessoa que lê o livro, mas o que lê o filme, o quadro, sua própria vida. É ir além da estética, ver além do filme com poyco orçamento e efeitos especiais toscos, é ver a sua essência, por isso amo o cinema, e amo a arte.
Fortuna!
Um comentário:
Muito bom, e obrigado pelo link do conto!
Outro filme que também fala de controle da sociedade através da mídia, mas de uma forma diferente, é o "Network" (1976).
Um bom poema sobre a modernidade e suas esquisitices é o "Dinosauria, We" de Charles Bukowski.
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