31.1.08

Hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho o chimarrão...

Lendo as confusões e peripécias de Fábio Yabu em sua viagem pela América Latina, principalmente o episódio 13 contando sua ida à Montevidéu, acabei me lembrando da ida ano passado ao Simpósio Nacional de História da ANPUH (Associação nacional de História) em São Leopoldo - RS, onde acabei hospedado em um hotelzinho no centro de Porto Alegre, visto que as cidades são ligadas por um sistema de trem o que agilizava muito as coisas, além de poder desfrutar das facilidades da capital nas horas vagas. Foi em si uma viagem muito gostosa, a cidade é muito bonita e fui muito bem tratado pelas pessoas, além disso o contato mais direto com outros países da América Latina, cria toda uma cultura diferenciada inclusive com relação à política, mas o que me marcou nessa viagem foi o ganho de um vício, o chimarrão.

Me lembro da infância quando meu pai em um de seus famosos surtos por comprar novidades e coisas diferentes apareceu um dia com os apetrechos para se fazer chimarrão, mas só saia errado e a cuia logo em seguida furou, foi uma frustração só, então eu agora mais velho não podia perder a chance e matei uma tarde pouco interessante do simpósio, fui ao mercado municipal de Porto Alegre e adquiri uma cuia bonita mas bem simples, sem muito adornos como cavalos e tal, e todos os outros apetrechos (menos a garrafa térmica, o que eu me arrependo pois as de lá tem tipo um biquinho que melhora muito o trabalho) além de algumas variações de mate para experimentar. Porém durante a estadia acabei não me aventurando no preparo do mate, somente quando voltei para Jacareí - SP é que fui descobrir (a partir de vídeos do youtube principalmente) como que se preparava aquilo, e acabei ficando viciado.

Fora o gosto que sinceramente não acho amargo como pintam por aí, ele trás todo um conceito muito parecido com o café que é o de comunhão com algum grupo com o qual se divide a cuia, ou a figura do pensador solitário, conceitos esses vindo dos índios guaranis na região Sul que tomavam a Ilex Paraguariensis o dia inteiro a ponto do chá ser proibido pelos Jesuítas, o que não deu muito certo pois esses acabaram aderindo ao vício. Por isso o hábito existe em todo Sul da América do Sul, que é onde a erva é cultivada, esse entrave cultural acaba sendo problemático em outros estados como pro exemplo São Paulo, onde achar uma erva descente é uma desgraça, e acabou sendo meu maior arrependimento, deveria ter trazido mais mate, pois o que consgui por aqui foi em sua maioria inferior ao que trouxe de lá.

Enfim, recomendo para quem nunca experimentou se tiverem a oportunidade, não tenham medo pois podem estar perdendo um futuro vício, quem toma e sabe lugares com ervas boas em São Paulo ficaria feliz se pudessem compartilhar essa informação comigo, quem for do Sul e quiser mandar erva pra mim de presente eu aceito (hehe), e quem nunca tomou e quiser compartilhar da minha cuia (ui) é só falar.

Fortuna!

p.s¹: Com exeção de Pelotas as pessoas do Sul não são gays, todo Estado tem uma Campinas. (vou ser morto por essa frase).

p.s²: O título desse post é uma música do Engenheiros do Hawaii chamada Ilex Paraguariensis.

p.s³: Na foto eu, com minha cuia :)

Vídeo muito bom ensinando a preparar um chimarrão.

2 comentários:

isaque disse...

ola muito legal seu blog,estou afim de uma parceria vc poderia inserir meu banner eu te link,topa?

A. Diniz disse...

1- Nunca compartilhe sua cuia com desconhecidos, lembre-se sempre!

2- Campinas, Pelotas, o Estádio do Porto... muitos lugares, muita alegria.

3- Como explicar na alfândega que aquela erva verde prensada é MATE?!